Dores generalizadas pelo corpo, cansaço, distúrbios de humor, como ansiedade e depressão, falta de concentração e memória. Muitos são os sintomas que podem indicar um quadro de fibromialgia em um paciente. A doença, que ainda não apresenta etiologia conhecida, é um desafio para uma boa parte da população mundial, em especial as mulheres.
Afetando 2,5% das pessoas em todo o planeta, essa doença atinge principalmente mulheres de 30 a 50 anos de idade, independente da sua condição social. Mesmo sem uma causa definida, a principal hipótese sobre o desenvolvimento da doença diz sobre uma eventual alteração na percepção de dor pelo paciente, apresentando maior sensibilidade no corpo.
Para a médica reumatologista da Clínica DMI, Maria do Socorro Moreira Almeida, são múltiplos os fatores que podem desencadear a fibromialgia no paciente, incluindo fatores genéticos e ambientes com alto grau de estresse. “Já se sabe que a doença tem um componente de predisposição genética, o que significa que existem genes que são passados de geração para geração e predispõem a pessoa com esse gene a desenvolver o quadro de fibromialgia. Pessoas que vivem em ambientes estressantes também podem desenvolver a doença, sendo elas precedentes de ansiedade ou não”, destacou.
Outra possível causa que pode atuar como “gatilho” para o surgimento dos sintomas está relacionada a problemas com a saúde mental, tais como a ansiedade e a depressão. “Além disso, outro componente que pode predispor à condição são as alterações de humor e as doenças psiquiátricas. Por isso, pessoas com ansiedade e depressão têm mais chances. Lembrando que isso também não significa que quem sofre desses males terá fibromialgia, mas pode acontecer”, alertou a profissional.
Diagnóstico e tratamento
Diferente de outras doenças, a fibromialgia não pode ser detectada através de exames médicos, mas é diagnosticada com base nos relatos e histórico clínico do paciente, sob análise de um reumatologista. Esse diagnóstico também depende, dentre outros fatores, da realização de exames que descartem outras causas.
Já quanto ao tratamento, a especialista aponta que existem algumas formas de se reduzir os efeitos causados pela fibromialgia no paciente por meio de tratamentos e um acompanhamento constante da pessoa afetada pela enfermidade por um profissional de confiança.
O uso de medicamentos pode ser desde aqueles sob demanda, se os sintomas são muito intermitentes ou aqueles contínuos, que podem ser usados isolados ou em combinação. As medicações quase sempre envolvem substâncias que têm o objetivo de neuromodulação, ou seja, mudar a percepção do SNC mediante a dor. Podem ser usados antidepressivos, anticonvulsivantes e algumas medicações relaxantes neuromusculares.
Muito importante é o tratamento não medicamentoso que consiste em realizar exercícios físicos, de preferência aqueles que mexem o corpo inteiro e aceleram os batimentos cardíacos. Desta forma, pode ser possível reverter a sensibilidade aumentada à dor provocada pela fibromialgia.
Além do uso de medicamentos, em alguns casos pode haver necessidade de acompanhamento psicológico, que ajudem no combate ao estresse. “Temos que realizar também um tratamento psicológico, em que paciente e psicólogo trabalham juntos para percepção sobre os fatores desencadeantes e de estresse, bem como praticar atividades físicas, limitar o consumo de álcool, cigarro e outras drogas. Além disso, ter uma alimentação equilibrada, regular o sono e se hidratar ao longo do dia também ajudam nessa tarefa”, destacou.
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